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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://www.google.com/

 

JORGE VELHOTE
( Portugal ) 

Poeta e fotógrafo.

 

en delírio há vinte anos – non nova sed nove – abril 2011.  Revistazine comemorativa dos vinte anos de dlírios. Coord. Luís Paulo Meires e Mário Galego.   Nazaré: 1991.  ilus. p&b.    
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

1

A manhã começa com o vento varrendo o pó da rua
e na varanda arrastam-se cadeiras algunas vozes determinam
as horas ou mesmo a temperatura — o dia vai ser tórrido
fragilizando mesmo o que resta ainda da nobreza dos cactos.
Revejo o mapa e tento localizar entre os ríos os longos
carris
dos comboios o lugar. Entretanto outras vozes
adivinham não só o presente mas ainda o que o futuro será
se as marés derrubarem a escarpa frágil
e bela como um Castelo rendilhado — gosto da sua cor
adoçando o sol sobre o azul do mar — na curva distante
entre rudes sombras as folhas agitam o camino íngreme
é uma aragem brusca que faz rodopiar os cabelos e abrandar
os passos.
Nesse lugar nada muda nem o tempo
e na realidade o que se observa é um inventario
de espantosas mudanças subtis.  O que atrai o meu olhar
como um feixe de luz ou lâmina mistura territórios íntimos
com paisagem
e mistério.  A botánica é uma ciencia de lucidez que conduz o
tempo
e o conhecimento um vínculo de apaências e eu
recordó apenas com nitidez o nome
dela na camisa transparente.

 

2.

O mar ali ao longe desenha o que observo
aquí sentado uma imensidão insondável
e uma perda que os meus olhos
contemplam —  o mundo fica desfocado
e cresce impossível na duração do tempo
enquanto os barcos rumam na distancia
exacta da minha miopía numa forma
insistente que atravessa os séculos
e nomeamos para chegar adivinando
o que o desejo sulca e mistura
na boca como um rasgão — as cores minuciosas
do lençol feroz das águas.

 

3.

As gaivotas adejam o branco algo da suas asas na cal branca
da casa.
As andorinhas abandonaram os niños insuspeitos. As
árvores são tristes
no seu interminável esquecimento.  Os muros queimam as
sombras
vagarosamente.  As flores silenciosas na sua plenitude
absoluta
invadem o meu olhar. É frágil a turvação melancólida do céu.
Pequenos detalhes frívolos ameaçam este lugar moribundo.
Uma navalha infatigável rasga-me a memoria e os dentes.
O estertor de um rio estilhaça a agonia do verão.  Uma labareda
resiste nos meus dedos medindo o destino. Ou a tenaz
vontade
de enganar a paisagem.

 

 

*

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Página publicada em abril de 2022


 

 

 
 
 
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